Olimpíadas da Física

O Colégio pode orgulhar-se dos alunos Inês Castro, Duarte Magano e João Daniel Moreira por se destacarem, este ano, nas Olimpíadas de Física Regionais e Nacionais, completando a sequência de prémios do Colégio nesta actividade, consecutivos desde 2005.

  Numa entrevista realmente divertida, os alunos e o Professor Carlos Azevedo, responsável pela actividade, disponibilizaram um pouco do seu tempo para explicar à Agência Luso este ambicioso concurso.

 - Como é feita a selecção para estas Olimpíadas?

Prof. Carlos – Há a sua divulgação no 9º e 11º anos, nas quais os alunos interessados podem participar, seleccionando-se os 3 melhores. Nas do Secundário, houve 10 inscritos. A prova contém uma vertente teórica e outra prática. Segue-se então a Final Regional, na qual são escolhidos os melhores 10 alunos do Norte. Foi nesta prova que recentemente participaram o Duarte e o Daniel, que ficaram em 1º e 2º lugar. Ao todo no país são escolhidos 36 alunos – 10 do Norte, 10 do Centro, 10 do Sul e 3 de cada arquipélago. O próximo passo foi a Final Nacional, na qual são atribuídos os primeiros prémios aos 3 melhores, 3 menções honrosas e ainda são destacados os outros 10 melhores alunos. Este grupo de jovens é chamado Olímpico e representam Portugal nas Olimpíadas Internacionais, no ano seguinte. A Inês pertence ao grupo Olímpico deste ano.

  - Como é feita a preparação para esta série de provas?

Duarte – A partir das Olimpíadas Regionais, existem palestras mensais em Coimbra, de 6ª-feira à tarde até Domingo. São aulas expositivas, nas quais os professores da Universidade de Coimbra leccionam temas relacionados com a Física. São aulas direccionadas para os Olímpicos (caso da Inês) mas também podemos assistir e são-nos muito úteis. Os professores enviam um desafio teórico, outro prático e ainda outro de criatividade para resolvermos durante o mês, de modo a que desenvolvamos também a prática e não só a teoria.

Prof. Carlos – Além disso reunimo-nos sempre às Sextas no laboratório de Física depois das aulas para a resolução dos desfios propostos em Coimbra. O curioso é que muitos alunos vão lá espreitar o que fazemos e ficam fascinados com as experências. Convidamos todos os que se interessem a juntarem-se a nós.

  - Como foi o dia da prova regional?

Daniel – Em Lisboa, na prova Nacional, foi um entusiasmo. Chegámos às 9 horas e as provas começavam às 9 e 45. Dividiam os alunos em vários grupos, que iam ora para a parte prática, ora para a teórica, trocando ao fim de algum tempo. Como não sabíamos a dificuladade do que íamos enfrentar, não estávamos nervosos. O tempo da prova é apertado, a parte teórica correu-me melhor do que a prática.

Duarte – Como achava que não ia passar, o professor ofereceu-nos o “Gelado Mágico”. A verdade é que ele esteve em formação enquanto estávamos na prova. Depois fomos todos (professores e alunos) almoçar e conviver, para depois enfrentar-mos uma tarde de palestras comuns a professores e alunos durante a tarde, enquanto corrigiam as provas.

Prof. Carlos – Durante a entrega de prémios, estavam muito ansiosos. O Duarte nem ouviu chamarem o seu nome para o 1º prémio porque já tinha perdido as esperanças completamente. Os alunos que melhor resolveram os desafios propostos mensalmente também são premiados.

  - E como foi a tua prova Inês?

Inês – Foi uma experiência incrível ,para além de muito social. Acabei por conhecer em Lisboa imensa gente, muito inteligente, e que depende da prova deste fim-de-semana para traçar o seu futuro. Como pretendo ir para Medicina, sei que não é tão importante para mim, se bem que adoro Física como nunca imaginei. Dormimos em Lisboa uma noite e e a prova foi no dia seguinte, no Museu da Electricidade. Durante a tarde, jogámos às cartas, ouvimos os ex-Olímpicos falar e algumas palestras. Fui apurada e não estava nada à espera. Desde Janeio que estamos os três a frequentar as preparações em Coimbra. No Sábado é a Prova de Fogo. Estou preparada para o desafio de 8 horas (4 práticas e 4 teóricas), mas mesmo que não passe, já foi estupendo ter chegado aqui e aprendi imensa coisa.

 - Alguma mensagem para os alunos que querem seguir-vos as pisadas?

Duarte – Investir na Física porque vale a pena. Os esforços são sempre recompensados, se não for com medalhas, com um dia em cheio!

Daniel – Physics works!

Com esta explicação das Olimpíadas de Física, só se espera que mais alunos despertem o cientista que há dentro deles. Muitos parabéns aos premiados e participantes neste concurso, um verdadeiro exemplo para todos nós.

Entrevista realizada por Maria Beatriz Almeida 9ºC